domingo, 4 de outubro de 2009

O Tempo


Tenho sérias dificuldades em ser um ser temporal,
O hoje passa ligeiro e sou pego de surpresa, nem mesmo me dou
Conta do vagaroso segundo que se foi; não me espera, constantemente vai,
Para nunca mais retornar.

Somos muito mais feitos do acaso, do que do planejamento,
Aquilo que parece ser grande, as coisas que fazem parte daquilo
Que achamos que nos formará;
Aquelas coisas que supostamente nos levarão do ponto inicial
Ao destino proposto, nada mais são do que um leve esboço,
Uma tentativa de dar rumo ao viver.

A vida segue ao acaso e sem atentar para ele, sem ver o que é
Pequeno e corriqueiro, o que surge como do nada,
Sem ver o que reside do nascente ao ocaso,
Se perceberá tarde demais, que a atenção foi dada na direção correta,
Mas nenhuma foi nos passos que a trilharam.

Não quero ser fatalista, não quero ser mestre de nada,
Só quero olhar em volta e não o final da Jornada;
Ver aquilo que se passa, reter sabores e cores,
Estes que pelo caminho retiram o tom opaco de minha tez.

Olhando o caminho, posso perceber que mesmo que diminua,
Ou corra com tal avidez, o alvo não se movimenta.
Olhando o caminho, chegarei no tempo certo e não no proposto,
A diferença é o que trarei comigo;
Trarei tudo o que vivi e que me fez ser.

Não me esvaziarei no afã de alcançar o muito.
Não me entregarei a corrida que me faz desnudo sem nada reter, pelo contrario,
Andarei no compasso que me permita colher as flores pelo
Caminho, andarei mesmo que precise parar para estender a mão,
Ao que cansado do labor se prostrou fatigado;
Terei o que dar por ter retido e serei pleno;
Serei o Arco e não só a flecha.

Chegarei sim, para alguns tardiamente,
Mas chegarei certamente, MAIS GENTE !

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