sexta-feira, 29 de julho de 2011

Muralhas !



Nem todo muro separa, e nem todo muro ampara.

Alguns estipulam fronteiras, outros nos trazem guarida.

Tem muros que dizem paz; de um lado para quem o contempla,

Do outro quem o vê é intruso, passando a não ser semelhante.



Nem todo muro é visível; quem erigiu? Sentimento.

Surgem em meio à dor e por vezes em falso lamento.

Existem também outros muros, que vários nomes se dão.

Alguns são chamados - Cuidado, e outros de solidão.



Muralhas têm vários sentidos, que cuide quem as edifica,

Podendo fechar dentro dela, a alma aflita que grita.

Prudente é o construtor, que não vive no descampado,

Que erguem muralhas de vida, daquelas que saram ferida.



Algumas são edificadas, mas outras urgem ruir.

Algumas nos chamam pra dentro, outras impedem o partir.

Existem também aquelas, que ocultam nossa nudez.

Que tentam guardar os segredos, tão claros em nossa tez.



Algumas são simples sebes, geradas por dor atroz,

Fazem que o eu prevaleça, em detrimento de nós.

Muito embora pareçam singelas, a quem de fora as vê.

Bloqueiam o crescimento e a pessoa de ser.



Outra é grande muralha, denota ser intransponível,

Contudo arvora bandeira, dizendo que é acessível.

Mistura de força e candura, tal qual noiva de borzeguim,

Convite pleno a vida, feito a você e a mim.