terça-feira, 1 de novembro de 2011

tête-a-tête



Veja só que interessante a petulância de alguns
Opinam sobre a vida alheia achando que isso é comum.
Que mal tem em expor a minha opinião?
Se for palavra indireta nem é provocação!
E segue o sem noção expressando barbaridades,
Bom seria ficar calado ao menos por caridade.

Mas isso é pedir muito, cercear do outro a expressão,
Nem devia de fato gerar a menor confusão.
À bem da verdade ressalto que também ocorre o oposto,
Existem aqueles que assumem palavras para si a seu gosto.
Por vezes se incomodam com o que o outro escreveu,
Encasquetam que tais palavras são dirigidas ao seu “EU”.

E segue vida girando com um novo comunicar,
O único entrave é você que não sabe se expressar.
O mesmo diz você quando pensa a meu respeito,
E o delírio impera, todos dizem:  ---  Quem lhe deu o direito?


Bom mesmo é o “tête-a-tête”, no bom português:  téti-a-téti/cara a cara.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Sinto Falta!


Sinto falta das coisas que eu vivi,
Das pessoas que perdi nesta minha caminhada.
Sinto falta de coisas que eu já tive,
Dos sonhos que conquistei você me indicando a estrada.

Tenho saudades de sabores e de sorrisos,
Da presença que sem som ao meu coração falava.
Da mão estendida sempre que foi preciso,
Com respostas, sem perguntas, só amava.

Sinto falta de quem foi porque me fez gente,
Na verdade não foi, já que ficou em mim.
Meu sentimento é traiçoeiro, ele mente.
Ninguém vai, fica em nós, é caminho e não fim.

Fica o que ensinou e o quanto se doou.
Fica o seu olor, o seu beijo e tudo que falou.
Ficam minhas lágrimas que com amor secou,
Todos meus sorrisos, até alguns que em lutas gerou.

A dor da saudade é a que não abro mão,
Feliz o ser que em sua alma a abriga.
É aperto no peito que não causa ferida,
É a certeza de que valeu ter você em minha vida.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Resta tempo?



Cristo veio e cabalmente cumpriu o seu labor,
Nele todos encontram o real sentido do amor.
Quer seguir por seus conceitos? Isto é direito seu,
Só espero que um dia acorde com menos “eus”.

Bem lá no monte calvário tudo foi resolvido,
Mesmo determinado não foi fácil de ser vivido.
Se hoje sobeja graça, outrora não foi assim,
Todos que se decidam antes que chegue o fim.

E quando chegar o tempo em que o mesmo não resta,
Fez algo de sua vida atentou de verdade ao que presta?
E o homem que é muito esperto e se acha o sabedor,
A fé ele contesta com base no sou Doutor.

Sem se dar conta prossegue na sua total finitude,
Crendo que tudo resolve por sua exclusiva atitude.
Achando que por si só se basta o ego é que predomina,
É o senhor da razão, nem vê que um dia termina.

Por decisão consciente se chega ou não até DEUS,
Cada um responde por si sejam crentes ou ateus.
O que não posso é calar-me, diante da boa nova,
Cristo veio resgatar-nos e muitos querem a prova.                      

Como se o amor se provasse por meio de equação,
Querem respostas Daquele que veio por decisão.
Como pode ser real a loucura estampada,
Na vida que foi vivida, para um dia ser derramada?

Por isso para mim basta a certeza da filiação,
Quem quer duvidar que duvide, mas eu certamente que não.
Um dia quem sabe aqueles que vivem sem tal esperança,
Possam se deparar com tão real Aliança.

Insistência!



Há de se ter um tempo em que ele não passará,
De tanta presença do Eterno que o mais sucumbirá.
Na verdade habita conosco Aquele que sempre existiu,
Convite é feito a todos: Entre, a porta se abriu.

Há de se ter coragem diante dos desafios,
Importa é lutar com vontade,
Subindo montanhas, passando por vales ou transpondo os rios.

Há de se ter vigor mesmo que se perca o riso,
Fé com tenacidade vai lhe trazer o bom siso.
Mesmo perdendo as forças diante da luta atroz,
Saiba que muito maior é Aquele que luta por nós.

Não crê que é verdade aquilo que não compreende?
Espera a felicidade somente naquilo que entende?
Infeliz a criatura que despreza o Criador,
Pensa que a conjectura elimina a real dor.

Atente com todo zelo a obra que foi consumada,
Busque com todo afinco durante a alvorada.
Antes que o dia termine e cansado de sua jornada,
Venha lamuriar a perda do tempo na estrada..

Mensagem que é repetida merece alguma atenção,
Quer seja para descartá-la ou levar a meditação.
E se não descartada for depois de se meditar,
Que cumpra o seu papel de real mudança gerar.


“...Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho...”  Sl 119:105


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Poema a quatro mãos.





Hamilton Furtado e Tony Sathler
              


EU, com certeza. TU, talvez. NÓS, se possível.
EU, sempre certo, TU pra ajudar, NÓS quando EU quiser.
EU sabe tudo, TU não sabe nada, NÓS se interessar.
EU quer controlar, TU tem que aceitar, NÓS pra EU passar.
EU dita, TU que repita, NÓS que não reflita.


EU querendo impor, TU nem tem sabor, NÓS é sem valor.
EU com seu umbigo, TU fica perdido, NÓS não tem sentido.
EU que prevalece, TU que enfraquece e NÓS é quem padece.
EU caça, se TU rechaça, NÓS se fortalece e o EU fica sem graça.
Se EU domina e o TU aceita a sina, NÓS apaga igual à fraca lamparina.


Problema é EU; quando quer ser “dEUs”
E TU, ao se curvar aos devaneios sem avaliar
NÓS, pobre coitado, este sim esta fadado
A jamais encontrar aliado, já que o foco é singular.
E neste monólogo o plural é desprezado.
A morte vai passando. E o viver? Bem, o viver nem é notado.



terça-feira, 20 de setembro de 2011

Evolução?



O mundo que explode em cores,
As flores com seus odores.
Desertos, vales e montes,
As águas com suas fontes.

A Terra girando no nada,
O ar que nunca se acaba,
O oceano profundo.
Estrelas e outros mundos.

Buscando explicação
Do que causou o início,
Doutores com sua razão
Não podem entender o princípio.

E a cada possibilidade,
Que pensam ter encontrado,
Em nome da vil sanidade.
Mais um equivocado.

Pensa o homem arrogante
Dotado de inteligência,
Que sua breve existência,
Diante da eternidade,
O faz ser mais que infante.

Com atitude pueril
Sem enxergar a si próprio,
Pensa ele ser sutil.
Não vê o seu opróbrio;
Seguindo nesta jornada
Não tem tudo, tem é nada.

Curve sua cerviz
Diante do reto Juiz.
Creia no amor verdadeiro
E a Cruz te fará ser inteiro.
Humildade, isto sim o sábio buscaria;
Este é um pilar da sabedoria.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Lágrima!



Gota que escorre pela face
Carregada de sentimentos,
Mais que nó é um enlace,
São alegrias ou são lamentos.

Substância gerada na alma
Que brota sem pedir licença,
Fluindo depois gera calma,
Por vezes impede a doença.

Tal qual a uva no lagar
Ou o azeite que vem de um fruto,
Lágrima nos olhos a brotar,
É do coração um produto. 

Este componente quando é em pouca medida,
Lubrifica os olhos para bem se enxergar,
Quando flui em abundância; é sangue da ferida,
Alegria desmedida, ou expressão do amar.

Sorriso que fende o rosto em aparente alegria,
A face que se transforma diante da agonia,
Ou outros sentimentos da alma que não é vazia,
Explodem pelos olhos quando é em demasia.

Não seja uma represa teimando em segurar,
Retendo sentimentos, no lugar de derramar.
Permita-se ser gente sem vergonha de chorar,
Isto será alivio e te fará centrar.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Duplo ofício !









Plantando boa semente e cuidando no cultivar,
Podemos ter a certeza que ela há de brotar,
Mas o labor não termina por a terra produzir,
É importante guardar o que há de surgir.

E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar” Gn 2:15



Esteja sempre atento onde produz seu suor
Durante sua jornada sempre de seu melhor,
E tenha muito zelo quando for construir,
Cuide de sua vida não a deixe ruir.

“Os que edificavam o muro, os que traziam as cargas e os que carregavam, cada um com uma das mãos fazia a obra e na outra tinha as armas.” Ne. 4:17



Tal qual ave de rapina que do alto vê sua presa,
Mantenha seus olhos abertos te servirá de defesa.
Sempre mantenha contato com o grande EU SOU,
Pois se existe um pulsar é fruto de quem te amou.

“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” Mc 14:38

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Chuchulização !





         Sou de uma época antiga, quando era criança; velho (a) era aquele senhor ou senhora de cabelos brancos.  Lembro-me de passar horas conversando com meu avô, ele morou na nossa casa em sua velhice.  Um homem que quando estava com a mente sã, era para mim fascinante, cheio de conhecimento, conversávamos sobre vários assuntos.
          Hoje em dia quem tem 20 anos acha que quem tem 40 é velho, os jovens querem viver com intensidade, aproveitar a vida e muitos, nem todos, se tornam mestres do nada.

          Algo que percebo acontecer é que com a era da informação, do imediatismo, das respostas rápidas; foram por mim de certa forma absorvidas, mas isso me gerou um certo desconforto, pequeno, porém estive pensando no que ocorria.
          Fui criado tendo que sair de casa e ir à biblioteca municipal para fazer pesquisas, tendo que ir à casa do colega se desejava falar com ele, para comprar algo precisava me deslocar, fui criado tendo que olhar “olho no olho”.
          As coisas mudam e vamos nos adequando, é o progresso e todos temos que ajustar o que for necessário, mas tem coisas que não existe progresso que mude, relações interpessoais verdadeiras é uma delas.

         No mundo cibernético, conheci e tenho conhecido várias pessoas, como não sou exatamente um camarada pronto, sempre vou aprendendo, daí quero falar um “kadim” sobre o que entendo do termo:  AMIGO.

        Cada um tem o direito de pensar como bem entenda, eu assim faço, por isso expresso aqui o que vejo hoje; amanhã?  Quem sabe pense um pouco diferente.

        Minhas relações de amizade foram forjadas por algumas coisas:  Tempo, Convivência, Toque, Risos, Choros, etc.etc.
         Não preciso mais do que duas mãos para contá-los, talvez alguém leia isto aqui e faça parte do rol de “meus amigos” em alguma lista tipo Facebook, Orkut, Twitter e outras.  Não quero ser rude, mas a grande maioria, quase totalidade, eu não considero amigo. 
         São pessoas que conheci ontem ou quem sabe mês passado, talvez de alguns poucos anos, pessoas que nunca vi, pessoas que curtem algo que escrevi, fazem algum comentário e eu também faço a mesma coisa naquilo que leio.
         Pode ser que para alguns isto não seja uma verdade, Kibon J   Para mim, é um prazer conhecer pessoas que de outra forma não conheceria, dar risada de algo escrito, aprender alguma coisa, debater algum assunto, mas na maioria das vezes no OFF nem lembro destas pessoas.
         Fiz amizade pela Net nestes vários anos que estou conectado?  Sim. Juntando aos que já existiam na "VIDA REAL", continuo a poder contar usando só as mãos.
         Amizade não é miojo, o fato de eu simpatizar com alguém, perceber certa afinidade, não significa que é meu melhor amigo, nem que seja amigo.
         Fala-se em BANALIZAÇÃO de termos, em alguns casos eu chamaria de CHUCHULIZAÇÃO, isto se aplica ao termo:  AMIGOOOO !
         A verdade é que se eu não “falar” com a maioria das pessoas que “falo” das tais listas, não me fará a menor falta e CERTAMENTE também não farei falta alguma para eles.
       
        Sinto falta do Del, um amigo que tomou um dedo meu deixando só 9 para serem ocupados, do Luiz que tomou mais um, do Hamilton, este amigo que fiz na Net e mais alguns.
       
        Amigo não se despluga, não fica de mal feito criança mimada se escuta uma verdade, não fica de meias palavras, meias verdades, porque meia palavra é palavra nenhuma e meia verdade é uma mentira inteira.

        Provavelmente não certamente, você que lê isto pode não ser meu amigo, isto não é um problema é a verdade.
        Sentimentos exarcebados, intriguinhas virtuais, disse me disse, fofoca, cara feia, raiva etc. etc. pode ser sinal que se contraiu um VIRUS, o antídoto se chama SEMANCOL, em sua composição tem alguns ingredientes que enumero:

      1 -  Acorda Alice !!!

      2 -  Bom senso

      3 -  Off

      4 -  Mais alguns, escolha.


         Não tenho o menor problema se alguém pensar de forma diferente, se alguém tem 8937489262110112001 amigos, eu tenho poucos e estes sei que posso contar e certamente eles sabem que estou aqui ON ou OFF, porque o lugar que eles ocupam pulsa 24 horas por dia.

       Creio eu que na falta de outro termo, que seja intermediário, o progresso chegou e novas forma de manter contato com outras pessoas surgiram, se mantendo o "AMIGO."

        Posso gostar de alguém, achar legal, mas AMIGO para mim é outra conversa; isto não significa que considere menos alguém, do que outros que lhe chamam de AMIGO na NET.
     
    


        Abçs.
       
      

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A “força” do concordo!






Penso de outra forma é minha opinião,
Mas se você não concorda, mudo o meu sim para não.
Desejo desembestado que faz nunca se ter um lado,
Discordar é relativo, mais vale se sentir amado.

E segue nesta rotina, pensando manipular
O seu semelhante só por lhe agradar.
Tal qual criança mimada quando se tira o doce,
Fazendo cara de choro como se solução fosse.

É uma força que grita: -- Eu preciso ser aceito,
Mas não queira me mudar, eu sou mesmo deste jeito.
E faz um acordo interno que dita o seu proceder,
Pulando de galho em galho sem se estabelecer.

Em mim sempre acende a luz amarela de alerta,
Com quem permeia conversas tendo intenções encobertas.
Se estas poucas linhas forem de utilidade,
Faça como eu, fuja da futilidade.
Finalizando a prosa e aproveitando o ensejo,
Retratado sou como ovelha e não como boi de manejo.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Nostalgia?


De vez em quando me pego, lembrando-me do passado.
Nem tudo era tranqüilo, mas sempre fui muito amado.
Momentos singulares que forjam nossas vidas,
Mesmo ocorrendo dores na alma outrora ferida.


Aos poucos se descobre que nem toda dor prejudica,
Quando envolvida em amor, nos faz fortes e capacita.
Tenacidade e firmeza requerem certa pressão,
Dentro de uma família, com graça traz união.


Como é bom existir a memória afetiva,
Faz do passado, presente, basta que você reviva.
Se algo não foi muito bom ou até mesmo ruim,
Existe ainda o pulsar; isto é vida e não fim.


Traga a sua memória àquilo que você viveu,
O beijo em sua face o amor que recebeu.
O choro e a risada dos tempos que já não são,
Que certamente retornam vivos em seu coração.


Café na caneca, feijão no prato e o copo de leite.
Briga com irmão, a cara emburrada e na festa, enfeite.
A roupa da escola, bronca recebida e na rua, esquina.
O beijo da mãe e o abraço do amigo. Que bela rotina!


Lembranças são pontes do tempo.
Todos escrevem cientes ou não a sua biografia,
Estas poucas linhas, nada tem a ver com nostalgia,
Busca retratar o ontem e o hoje, o ser harmonia.

O sou, resultado do que fui e um deslumbre do que serei.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A bandeira e o mastro.



O mastro fincado na terra fica inalterado,
Mas a bandeira estendida tremula para todo lado.
E diz aquela bandeira para o mastro inerte:
 ---  Como pode ficar tão estático, você não se diverte?

O mastro com serenidade responde para o lábaro:
---  Quem te sustenta sou eu, não ando ao sabor dos ventos,
      Se não tivesse suporte seria só choro e lamentos.

O estandarte estendido agita-se faceiro,
Gosta de aparecer sempre quer ser o primeiro.
Porém o mastro sabia que toda esta alegria,
Tem aparência de céu, mas deve muito ao chão.

Existem muitas pessoas que mudam à mais leve brisa,
Até ostentam verdades com muita convicção,
Mas basta sopro contrário que o sim transforma-se em não.

Existem também aquelas que arvoram verdades plenas,
Mas falta profundidade que as mantenha serenas.
Sem saber o que diz, vai do sul para o norte,
Quem é sua força motriz, é o outro? Vento forte?

Não acho que rigidez do tipo que nos engessa,
Tenha alguma valia, seja algo que interessa,
Mas ser como folha ao vento, mudando de direção,
Demonstra incoerência e falta de opinião.

Saber que nem tudo sabe não denota pequenez,
Ter firmeza naquilo que sabe também não é altivez.
Por certo é sendo você, que o eu se torna mais nós,
Portanto mantenha o prumo ao ouvir qualquer voz.

Ser mastro ou ser bandeira depende da situação,
Mas cabe a nós a escolha, do rumo, da direção,
Portanto mantenha o curso traçado em sua jornada,
Evite desvios inúteis que levam do tudo ao nada.



domingo, 4 de setembro de 2011

A Orquídea !



          Poiszé; a ignorância é de certa forma uma dádiva. Pesquisando um pouquinho sobre as orquídeas, descobri que acreditava em informações erradas, daí propagava a mesma como verdade. Como dizia minha querida mãezinha. “O saber não ocupa espaço”.
        Parafraseando o que ouvi do filósofo Mario Sergio Cortella: “ Prefiro minha ignorância ao que já sei, o que não sei me levará adiante”.

        A Orquídea não é um parasita, como eu pensava ser. Na natureza muitas orquídeas crescem fixadas em árvores/arbustos que servem apenas de suporte, ela absorve seus nutrientes da chuva e do ar por meio da fotossíntese.

         Muito embora não seja um parasita, está sempre grudada em outro ser.  :)


Entendo a perfeição que vejo na natureza,
Faz com que a vida retrate menos dureza.
Com toda esta riqueza, que mais parece magia,
Por vezes dá para usá-la, fazendo analogia.

E vive a bela orquídea exalando agradável olor.
Quem não se detém deslumbrado,
Ao ver sua forma e cor?

Há momentos na vida que amigo é suporte;
Usando de sabedoria, transforma o fraco em forte.
Depois ele segue adiante, sem medo, sem temor.
Entendendo que é gente, pois tem pés e não é flor.

Bom mesmo é ter cuidado, sinta-se avisado!
Todo suporte é pouco para aquele que é louco.
Para sentir-se feliz quer muito mais do que colo,
Usa a sua raiz, pensa que o outro é solo.

Bem nos ensina a Palavra; ser simples e prudentes,
Durante a caminhada, encontram-se incoerentes.
Difícil é ter a medida, do que se aceita, do que se evita.
Estenda à mão a orquídea, repudie de vez, parasita.

E siga sua jornada sempre com braços abertos,
Pois é uma boa atitude, é o caminho mais certo.
Mas saiba se recolher no momento propício,
Evitará muita dor, isto será benefício.

No mais é viver bem a vida, sempre prestando atenção.
Sara-se e saram feridas, se a rua tem mais de uma mão.
Então quando se dividir, não se faça em pedaços,
Seja sempre inteiro, evitará embaraços.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Fábulas. Uma visão alternativa.



Espelho e espelho meu, o que importa além do EU?


Mirando no próprio umbigo buscava uma resposta,
Vendo a sua imagem espera ouvir o que gosta.
Nem sempre escuta o que quer da imagem refletida,
Nem sempre é fácil encarar, aquilo que se fez da vida.



Pela estrada afora eu vou bem contente, visto minha capa sendo conveniente.


E segue aquela menina, pelo caminho proposto,
Com capa “CARMESIM”, que quase encobre seu rosto.
Porém ela é pendurada segundo o seu querer,
Esquecendo que a mesma, faz parte do seu próprio SER.



E a carruagem transformou-se em abóbora.

Lá vai aquela menina com seu sapato na mão,
Coloca em outros pés, mas a atitude é em vão.
Que tal, bela Cinderela, usar seu próprio pezinho,
Pois este é seu calçado, não cabe no pé do vizinho.



E o nariz crescia...

Bom mesmo é ser o Pinóquio, que tem a verdade aparente,
Fica retratado em seu rosto, sempre que engana e mente.
Almeje ser como ele, seja este o seu querer,
Sabendo que a mentira, sempre deforma seu ser.



Qua! Qua!

Via-se feio o cisne, por erro de referência,
Achava que era um patinho, em sua pobre inocência.
E vai buscando achar-se, a alma aflita no outro,
Fica aqui uma dica, eleve mais alto seu rosto.
Por certo encontrará, a verdadeira essência,
Naquele que te criou bem mais do que aparência.


E várias outras histórias, permeiam nossos tempos idos,
Quem sabe ao repaginá-las, não vemos algo escondido.
Espero que esta visão, não desmonte seu castelo,
Mas um pouco de chão, não destrói o que é belo.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Do Ocaso a Aurora !



É cedo antes que a aurora culmine?

É tarde antes de chegar o ocaso?

No breve intervalo que se chama vida,

Escreva a história desenhe sua sina.


O ontem latente, o hoje presente e futuro na mente.

Muda-se o agora, plantando semente na alma da gente.

Se marcas impõem a colheita sem frutos,

A dor que doída causando a ferida;

Há de gerar forças do nada, tal qual no princípio.

E onde era caos, por misericórdia, descortina o florir.


E tal dor atroz com aperto no peito,

Traz convicção de que não tem jeito,

Mas é nesta hora de nossa história,

Aonde mais nada se resta a fazer,

Que Deus prevalece em meu e seu ser.


Milagre da vida surgindo do nada,

A massa informe que foi semeada,

Das trevas a luz o amor definiu,

E toda cadeia se rompe... Ruiu.


Brotando a semente em pleno ermo,

Que de tão singela denota fraqueza,

Explode em cores, destrói a dureza,

E faz que a vida alcance bom termo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O Ancião!


Um velho senhor de 83 anos, sentado em sua cadeira de balanço na varanda de sua casa, olhava ao longe como que perdido em seus pensamentos. Pele morena curtida pelo sol, mãos calejadas pelo labor na lavoura, chapéu de palha em sua cabeça e com um dos pés sobre o assento da cadeira. Todo dia lá pelas 5 horas da tarde, chegava o seu Florêncio e deixando suas ferramentas de trabalho no carrinho de mão, lavava suas mãos e sentava confortavelmente em sua cadeira. Dona Gertrudes sua esposa, apressava-se a trazer-lhe um café na caneca de alumínio, que acabará de passar no velho coador de pano. Um afago entre os dois e seu Florêncio ficava a divagar em seus pensamentos, enquanto o sol preguiçosamente apontava seu ocaso.
A passarinhada perto da viração do dia alvoroçava-se, antes de se acomodarem em seus ninhos; a bicharada pouco a pouco ia se aquietando. A transformação que se dava do dia para a noite deixava seu Florêncio completamente deslumbrado; parecia que ele via neste momento impar a sua própria vida, que já não mais era aurora e perto estava do fim.
Um jovem, neto de um vizinho, moço inteligente que foi estudar na cidade grande, passava neste dia pelas terras de seu Florêncio, educado e bom moço, ao ver seu Florêncio sentado falou:
---- Boa tarde Seu Florêncio.
---- Tarde mininu, aprochegue-se, tem tempo que não temos uma prosa, vem tomar um cafezim que a dona Gertrudes acabou de passar gorinha mermu. Sente aqui por uns instantinhos e conta pro véio como vai à vida.
O rapaz com largo sorriso sentou-se, depois de estender a mão e fazer o desfecho daquela amistosa saudação. Dona Gertrudes de imediato apressou-se e serviu uma caneca de café ao rapaz. Seu Florêncio sem pressa perguntou ao jovem rapaz:
---- Intão meu fio, como esta sua lida? Seus avós to sempre venu por aí, mas ocê é coisa rara. Já se formou Dotô?
---- Que nada seu Florêncio, falta um ano ainda, só aproveitando a folga para ver meus avós. Tenho muito que estudar, porque a vida que meu avô e pai levaram não foi fácil e pretendo ter uma história diferente.
---- Ixiii Fio, cunheçu seu avô a um par de anos, fomu criado solto aqui no meio do matu, no tempo que pra ir a venda era chão pra mais de légua. Tempo difirci mermo.
Conta pro véio, muitos amigos lá na cidade?
----- Quem dera seu Florêncio, é uma correria só. Trabalho, estudo e tenho uma namorada, sobra tempo para nada.
------ Hummmm E pro modo de que, fala que num tem amigos, pra que tanta correria mininu?
---- Ué seu Florêncio, os tempos são outros. Preciso me preparar para o futuro, o que será de meu futuro se não me preparar?
---- Hummmm. Certo, ocê é mininu estudado deve intende das coisa. Mas me conta mais um cadim. Ta estudanu pra vira médico né?
---- Isto mesmo seu Florêncio. Daqui a um ano acabarei uma etapa de 5 anos, daí tenho que estudar mais uns 2 para ter minha especialização e pretendo ainda fazer mestrado e quem sabe doutorado.
----- Que belezura meu fio. Se o véio entendeu, ocê vai estuda mais ou menu uns 12 ou 15 anos pra conseguir isto tudo aí né?
----- Por aí seu Florêncio, para me tornar de fato doutor é por aí.
Falou o Jovem com um sorriso maroto, pensando consigo mesmo na ingenuidade do velho ancião. Seu Florêncio pensativo retoma a conversa:
----- Sabe fio, eu fico encafifado, pensando cá com meus butões. Ocê vai ficar prontinho di tudo lá pelos 30 anos ou perto dissu.; daí disse pru véio que num tem tempo pros amigos, pra jugá conversa fora.
Ocê já parou pra pensá, que de onde ocê ta, até onde eu tô é só um pulinho?
---- Como assim seu Florêncio? Questiona o rapaz sorrindo.
---- Fio do céu. Só tenho 83 anos, ontem mermu eu mais seu avô fazíamos traquinagens por aí, o que separa ocê do veio é um sopro.
Uma belezura de verdadi, ocê vira dotô, mas cuida si mininu. De que vali sê doto e não produzi amô, nesta Terra di meu Deus?
Sou só um veio pertinho da partida, mas durante minha jurnada, muitos tiveram guarida. Neste coração traiçoeiro que já me pregou muitas peça, nunca faltou amô e não faltará no que resta, nos dia de meu labô.
Sabe Fio, as coisa qui fazemu são importantis, mas as coisa qui amamos faz a gente ser o que é.
O jovem já com o semblante sério, agradece o café e se despede de seu Florêncio e de dona Gertudres. Seu Florêncio continua sentado olhando ao longe o jovem partir, a caminho da casa de seus avós.
Dona Gertrudes se aproxima sorrindo e diz:
---- O meu véio. Você ouviu minha conversa com a comadre, foi?
---- Ô minha fia, só tavu falanu pro menino que tem coisa que são boa e outras que tem valô. Quem sabe ele aprende, que a vida também faz dotô? Um mininu bom e esperto; espero que ele atente, que menos vali as coisa e mais vale a gente, que se conquista com ardô.
To disconfiado que a comadre vai ver mais este mininu por aqui. To axanu que ele vai saber dosar as coisa, pra adespois num xorá o leiti derramadu.
O Sol se pondo e seu Florêncio mais dona Gertrudes se recolhem.

“Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.” Sl 90:12

domingo, 28 de agosto de 2011

Respeitável Público!


Entra no palco o palhaço que é por muitos, querido;
Expressa por alguns instantes o papel por ele assumido.
A graça deste ofício se dá no picadeiro,
Só não venha achar que isso é verdadeiro.

Vem o malabarista com seus objetos na mão,
Sempre em movimento não deixa cair no chão.
Assim é como age o homem cheio de ardil,
Tenta manter o controle com sua conversa sutil.

Segue o trapezista com seus movimentos no ar,
Faz piruetas com o corpo elas são de pasmar.
Pessoas em nossa jornada também fazem movimentos,
Pensam ter aptidão, mas dignas são de lamento.

Entra aquele homem que anda na corda bamba,
Caminha com destreza cuida e não descamba.
Tem quem caminhe na vida tentando se equilibrar,
Achando que tem a arte da reta não desviar.

Chega o ventríloquo com seu boneco falante,
Mas é inanimado e vida passa distante.
Teimando em nos usar os que seguem este ofício,
Jogam com as palavras em seu próprio benefício.

Assim segue a vida de um grande picadeiro,
Apreensão e risadas no momento derradeiro.
Na vida é diferente não entende o “artista”,
Segue sua jornada de controle maniqueísta.

Meias palavras que tentam traçar o caminho que devo tomar,
Meias verdades que tentam ditar aquilo que devo pensar.
"Não foi isso que ele disse?" A pergunta que se faz.
E vai gota a gota minando o caminho da paz.

Pão e circo há quem compre!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O Saber Alheio !




No decurso de nossas vidas somos influenciados e influenciamos nosso meio. O saber é um dos maiores bens que conquistamos, ele é adquirido de forma contínua e ininterrupta; se a pessoa adquire mais ou menos saber, entre outros motivos, está a abertura que se dá ao mesmo, é a consciência do “não estou pronto”, do entendimento que minhas áreas de ignorância podem sim receber “luz” diante de seu conhecimento.


A Tecnologia da informação é bem interessante, abre o mundo para todos nós. Dependendo que como a usemos, podemos aprender muito ou podemos nos tornar “mestres da superficialidade”. É desastroso incorrer no ERRO do preparo instantâneo, nos tornando um tipo de sabe tudo, sabendo na verdade NADA. Fica muito fácil “pegar” O SABER ALHEIO e o colocar como minhas convicções, basta procurarmos BEMMM SUPERFICIALMENTE um texto achado na Net, que olhando ligeiramente corrobore com o que acho certo.
Não sou contra as pesquisas, leituras etc. etc. na Net, sou contra a SUPERFICIALIDADE; afinal para que PENSAR se alguém já pensou né?? :)

O SABER ALHEIO nos cerca diuturnamente, devemos buscar adquirí-lo de forma correta.
Podemos até ser superficiais em várias coisas, só devemos cuidar para que isto não tome um volume tal, que de voz nos transforme em simples eco.

Abçs

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Muralhas !



Nem todo muro separa, e nem todo muro ampara.

Alguns estipulam fronteiras, outros nos trazem guarida.

Tem muros que dizem paz; de um lado para quem o contempla,

Do outro quem o vê é intruso, passando a não ser semelhante.



Nem todo muro é visível; quem erigiu? Sentimento.

Surgem em meio à dor e por vezes em falso lamento.

Existem também outros muros, que vários nomes se dão.

Alguns são chamados - Cuidado, e outros de solidão.



Muralhas têm vários sentidos, que cuide quem as edifica,

Podendo fechar dentro dela, a alma aflita que grita.

Prudente é o construtor, que não vive no descampado,

Que erguem muralhas de vida, daquelas que saram ferida.



Algumas são edificadas, mas outras urgem ruir.

Algumas nos chamam pra dentro, outras impedem o partir.

Existem também aquelas, que ocultam nossa nudez.

Que tentam guardar os segredos, tão claros em nossa tez.



Algumas são simples sebes, geradas por dor atroz,

Fazem que o eu prevaleça, em detrimento de nós.

Muito embora pareçam singelas, a quem de fora as vê.

Bloqueiam o crescimento e a pessoa de ser.



Outra é grande muralha, denota ser intransponível,

Contudo arvora bandeira, dizendo que é acessível.

Mistura de força e candura, tal qual noiva de borzeguim,

Convite pleno a vida, feito a você e a mim.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Espelhos!




Encontrei vários espelhos diferentes durante minha jornada.
Já me vi generoso e totalmente egoísta, sábio e plenamente néscio.
Também me vi por vezes gentil e em outras tantas, rude.
Pude ver-me esplendoroso e também extremamente medíocre.


Durante minha caminhada e rotineiramente,
Às vezes reconheço-me, às vezes me sou estranho.
Diante do espelho alguns deles me desnudam,
Outros me deformam e alguns não refletem nada.


Nomeei alguns espelhos que pude identificar,
Um deles se chama amigo que não teme a verdade falar,
Outro tem duas faces: amor e dor, ajudam-me a me centrar.
Um lado me faz planar, o outro me enraíza.


Estes espelhos só refletem fragmentos de mim mesmo,
Alguns retratam verdades, outros, só distorções.
Vários espelhos compondo um grande mosaico.
Pedaços de tempo, de história, de memória.


Assim sou, um pouco de mim e o restante de tudo.

sábado, 4 de junho de 2011

A Bússola





Em meio ao mar bravio e dentro do navio, aqueles marinheiros puseram-se a questionar:

--- Qual é nossa missão e onde nos levará?

--- Diante de tal questão, que tal ao capitão esta pergunta levar?

--- Não vejo necessidade, basta o seguirmos e deixar ao “deus dará”.


Mas o que acontecia, é que o capitão do navio sabia sim o destino e o caminho a tomar. Como sair do porto, sem conhecer o destino, sem saber onde atracar?

Ao entrar na jornada, em uma árdua empreitada, aqueles marinheiros foram sem confiar?
A confiança, por eles depositada, no capitão do navio começou a se abalar.

Em meio ao burburinho causado pelas dúvidas, surge o capitão, pondo-se a falar:
--- Vocês vieram aqui e em meio à jornada, decidem me questionar? Porque não pensaram antes; ou tiveram um rompante que os fez embarcar?

Diante do questionamento, alguns dos marinheiros decidem arrazoar:

--- Confiamos sim, mas cada um de nós, pensa que outro caminho o senhor devia tomar.

--- Sabemos das cartas náuticas e que munido da bússola, pode nos orientar, mas quem sabe outro caminho ao destino seguro também não nos levará?

O capitão resoluto diante de tal afronte brada em alta voz, para quem quer ou não escutar:

--- Adentram em meu navio e em meio ao mar bravio decidem me desafiar?
Tendo a ser razoável, respeitar opiniões; mas o Sul não é o Norte e para o caminho seguir, existe certos padrões a se considerar.
Querem tomar outro rumo, seguindo opiniões? Saibam que este navio não é de um marinheiro e vários capitães.
Atentem para o disparate do que ocorre aqui. Embarcam em uma jornada e em meio a ela duvidam do que seguir? Para onde foi a certeza que os fez confiantes do rumo que foi tomado? Os seus desejos mudarão o norte de lado? O que foi estabelecido passou a não ser bem assim?

Como palavra final, tenho a lhes dizer. Que infeliz criatura se torna uma pessoa, que em meio ao caminho tenta o distorcer. O mapa e a bússola não se adequarão ao meu ou ao seu querer, portanto tomem intento e mesmo que em tormento decidam o que será.

Seguirá de verdade o rumo sem o querer distorcer, ou cederá aos desejos que habitam em seu ser?



Já foi a muito escrito o caminho a tomar, querer adequar a verdade para me enquadrar é sabotar a mim mesmo, é tentar me enganar.
Triste ilusão daquele, que se acha senhor da razão; buscando se justificar apela para distorção, busca agregar pessoas, como se o volume fizesse a verdade mudar, como se multidão pudesse o pecado aplacar.

“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho” Sl 119:105