sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Poema a quatro mãos.





Hamilton Furtado e Tony Sathler
              


EU, com certeza. TU, talvez. NÓS, se possível.
EU, sempre certo, TU pra ajudar, NÓS quando EU quiser.
EU sabe tudo, TU não sabe nada, NÓS se interessar.
EU quer controlar, TU tem que aceitar, NÓS pra EU passar.
EU dita, TU que repita, NÓS que não reflita.


EU querendo impor, TU nem tem sabor, NÓS é sem valor.
EU com seu umbigo, TU fica perdido, NÓS não tem sentido.
EU que prevalece, TU que enfraquece e NÓS é quem padece.
EU caça, se TU rechaça, NÓS se fortalece e o EU fica sem graça.
Se EU domina e o TU aceita a sina, NÓS apaga igual à fraca lamparina.


Problema é EU; quando quer ser “dEUs”
E TU, ao se curvar aos devaneios sem avaliar
NÓS, pobre coitado, este sim esta fadado
A jamais encontrar aliado, já que o foco é singular.
E neste monólogo o plural é desprezado.
A morte vai passando. E o viver? Bem, o viver nem é notado.



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