segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Seu moço!




Sou homi di pocas letras seu moço,
Nem tentu arrazuá, risco as veix um esboço
Do que na vida aprendu, aqui e acolá.
Quem é Dotô letradu qui si presti a ensiná.

Mas a verdadi seja dita pros dono de toda razão,
Ocês podi sabê tudo, mas eu sei que nada sei não.
Nessa minha inguinorança sei dondi vô terminá,
Os dias sobri esta terra qui sempre vô capiná.

Vou caminhanu faceiro sem muita procupação,
Nem tudo tenhu destreza, mas sô mestre com foice na mão.
Sempre aprendenu na vida com genti qui vévi fazenu,
E quase nada com aquelis qui conta como si faix.

Intonce si qué mi insiná, não se avexi seu moço
Caminha junto mais eu de cedinho até o armoço,
E quando chegar a tardinha adispois de muita prosa,
Fui só ieu qui aprendi enquanto lavrava a roça?

Adesculpem os letrados se a letra eu num dominu,
É qui mesmu senu crescidu num foi farci quando meninu.
Eu sô assim mesmu seu moço, um homi em construção
E se ocê tá prontinhu, faix favô, num me insine nada não.

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