Houve um tempo em que
não queria ter nascido; em que a dor da vida
Causava-me tamanha
ferida, que quase embotava o seu real sentido.
Houve um tempo em que
não sabia por que tanto doía,
Aquilo que só eu via
e que por medo escondia.
Ferida que sangra trata-se
e cura, mas não sangra a dor da alma,
Fica escondida e de
forma desmedida nos marca e gera trauma.
Há de se ter coragem
de tirar toda bandagem e expor nossa feiúra.
É durante a viagem,
na vida e não na margem que se vence a agrura.
É expondo o sentimento,
que mesmo em meio ao lamento,
A dor que era doída
causada pela ferida, vai perdendo seu vigor.
E a cada passo dado
expurgando as mazelas vai surgindo o amor.
E quem dera
encontremos em meio à caminhada, botões abrindo-se em flor.
A dor na alma de
gente, sempre forja aquele que sente,
E tudo o que se
aflora vem do fundo e não de fora.
É aquilo que sob
pressão chega ao ponto de ebulição.
E quais novidades que
surgem com as coisas que urgem?
Quando aparece o
fruto do que se semeia em dores,
Ele é mais viçoso,
exala maior olor e sempre tem mais sabor.
Por isso no caminhar
sempre espere por surpresas,
Se acaso existir
penumbras a luz vencerá com certeza.
Dores nós todos
sentimos nos gerando desconforto,
Precisamos em meio à
jornada abrir mão do peso morto.
E seguindo adiante
mudará nosso semblante,
O que outrora
tristonho, passará a ser radiante.
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