sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Telefone sem fio!




Um fato ou boato o negócio é propagar,
Não importa o fundamento ou se dano irá causar,
E quanto à retratação não sou eu a amargar,
O culpado é o outro o primeiro a divulgar.

Assim surgem heróis e vilões do instantâneo,
Um ato decidirá juizo a seu respeito.
Não importando a história fossiliza-se o momentâneo,
E o conjunto da obra deixa de ser direito.

O “intimo desconhecido” passa a ser objeto,
Aprecia-se e deprecia-se por puro reflexo.
Vai se exercitando um julgar nada reto,
Nenhuma preocupação se o que fala tem nexo.

Repagina-se dos tempos idos a brincadeira infantil,
Telefone sem fio: “Quem conta um conto, aumenta um ponto”.
Passe adiante não se importe em ser sutil,
E o tolo passa a ser sábio e o sábio passa a ser tonto.

E na confusão desvairada deste disse-me-disse,
Não interessa a fonte a notícia se espalhou,
Transformando em verdade até o que é crendice,
Não tenho nada com isto, só repassei: foi outro quem falou.

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