sexta-feira, 24 de junho de 2011

Espelhos!




Encontrei vários espelhos diferentes durante minha jornada.
Já me vi generoso e totalmente egoísta, sábio e plenamente néscio.
Também me vi por vezes gentil e em outras tantas, rude.
Pude ver-me esplendoroso e também extremamente medíocre.


Durante minha caminhada e rotineiramente,
Às vezes reconheço-me, às vezes me sou estranho.
Diante do espelho alguns deles me desnudam,
Outros me deformam e alguns não refletem nada.


Nomeei alguns espelhos que pude identificar,
Um deles se chama amigo que não teme a verdade falar,
Outro tem duas faces: amor e dor, ajudam-me a me centrar.
Um lado me faz planar, o outro me enraíza.


Estes espelhos só refletem fragmentos de mim mesmo,
Alguns retratam verdades, outros, só distorções.
Vários espelhos compondo um grande mosaico.
Pedaços de tempo, de história, de memória.


Assim sou, um pouco de mim e o restante de tudo.

sábado, 4 de junho de 2011

A Bússola





Em meio ao mar bravio e dentro do navio, aqueles marinheiros puseram-se a questionar:

--- Qual é nossa missão e onde nos levará?

--- Diante de tal questão, que tal ao capitão esta pergunta levar?

--- Não vejo necessidade, basta o seguirmos e deixar ao “deus dará”.


Mas o que acontecia, é que o capitão do navio sabia sim o destino e o caminho a tomar. Como sair do porto, sem conhecer o destino, sem saber onde atracar?

Ao entrar na jornada, em uma árdua empreitada, aqueles marinheiros foram sem confiar?
A confiança, por eles depositada, no capitão do navio começou a se abalar.

Em meio ao burburinho causado pelas dúvidas, surge o capitão, pondo-se a falar:
--- Vocês vieram aqui e em meio à jornada, decidem me questionar? Porque não pensaram antes; ou tiveram um rompante que os fez embarcar?

Diante do questionamento, alguns dos marinheiros decidem arrazoar:

--- Confiamos sim, mas cada um de nós, pensa que outro caminho o senhor devia tomar.

--- Sabemos das cartas náuticas e que munido da bússola, pode nos orientar, mas quem sabe outro caminho ao destino seguro também não nos levará?

O capitão resoluto diante de tal afronte brada em alta voz, para quem quer ou não escutar:

--- Adentram em meu navio e em meio ao mar bravio decidem me desafiar?
Tendo a ser razoável, respeitar opiniões; mas o Sul não é o Norte e para o caminho seguir, existe certos padrões a se considerar.
Querem tomar outro rumo, seguindo opiniões? Saibam que este navio não é de um marinheiro e vários capitães.
Atentem para o disparate do que ocorre aqui. Embarcam em uma jornada e em meio a ela duvidam do que seguir? Para onde foi a certeza que os fez confiantes do rumo que foi tomado? Os seus desejos mudarão o norte de lado? O que foi estabelecido passou a não ser bem assim?

Como palavra final, tenho a lhes dizer. Que infeliz criatura se torna uma pessoa, que em meio ao caminho tenta o distorcer. O mapa e a bússola não se adequarão ao meu ou ao seu querer, portanto tomem intento e mesmo que em tormento decidam o que será.

Seguirá de verdade o rumo sem o querer distorcer, ou cederá aos desejos que habitam em seu ser?



Já foi a muito escrito o caminho a tomar, querer adequar a verdade para me enquadrar é sabotar a mim mesmo, é tentar me enganar.
Triste ilusão daquele, que se acha senhor da razão; buscando se justificar apela para distorção, busca agregar pessoas, como se o volume fizesse a verdade mudar, como se multidão pudesse o pecado aplacar.

“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho” Sl 119:105